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Neopentecostalismo Cartoon (parte final)

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Chegamos ao fim da série de artigos Neopentecostalismo Cartoon. Recordando de modo rápido, falamos sobre relativismo (A Fuga das Galinhas), dominação em massa e modismos (Pink e o Cérebro), falsa piedade e ingenuidade (O Fantástico Mundo de Bobby) e coronelismo e endeusamento de líderes (O Caminho para El Dorado).

Falei sobre problemas crônicos presentes no meio nepentecostal, mas que não são restritos a este movimento. As causas dos problemas são muitas, mas sem dúvidas a mais evidente é a ausência de um compromisso real e profundo com o conhecimento das Escrituras Sagradas.

Fato é que vivemos uma crise de identidade na eclesiologia e teologia, fruto da semente do relativismo e da fácil abertura que as igrejas dão para modinhas. A novidade (que nem é tão nova) é a propagação da Teologia Relacional (Teísmo Aberto) por lideranças renomadas.

Ano após ano, mês após mês, novidades aparecem por aí, com aparência de piedade, mas que destilam um perigoso veneno no meio cristão. Seus arautos estão sempre dispostos a condenar a ortodoxia, sob as mais variadas e pífias justificativas.

Finalizando esta série, não vou falar sobre problemas em si, mas sobre algo que é essencial ser resgatado na igreja de nossos dias: o trabalho apologético. Tomo por base o simpático desenho animado “Os Vegetais”, que pelo simples fato de trazer mensagens cristãs facilita – e muito – o escopo deste ensaio.

Os Vegetais

Estava assistindo este desenho com minha filha e me atentei a um episódio onde se narrava a história de Sadraque, Mesaque e Abdnego e Nabucodonosor. Ao término da estória, abordada de modo bastante lúdico para facilitar a compreensão dos pequenos, me surpreendo com uma canção extremamente apologética. Cito abaixo a versão cantada em português e as legendas, que tomam por base a versão em inglês (o destaque negrito é meu):

a) CANÇÃO EM PORTUGUÊS:

- Eu me lembro e guardo

- E guardo, e guardo

- Aquilo que aprendi, aprendi

- Eu sei que Deus

- Deus vai te sustentar

- Deus vai te sustentar

- E quando te pedirem para fazer o que é errado, aquilo que você não acha mesmo legal, é só lembrar, da lição da Escola Dominical

- Ah, isso é verdade

(…)

- Eu me lembro e guardo

- E guardo, e guardo

- Aquilo que aprendi, aprendi

- Eu sei que Deus

- Deus vai te sustentar

- Deus vai te sustentar

b) LEGENDAS EM PORTUGUÊS (BASE NA CANÇÃO EM INGLÊS):

- E me lembro de defender

- Defender, defender

- Aquilo em que acredito, acredito

- Deus…

- Ele sempre ajuda

- Ele está sempre comigo

- Quando todo mundo disser que nenhum careta é benquisto, lembre-se do que aprendeu na Igreja de Cristo, e saiba, meu chapa, que a Bíblia é o nosso mapa

- Você sabe que é verdade

- Disseram para defender

- Defender, defender

- Aquilo em que a gente acredita, acredita

- Deus…

- Ele sempre ajuda

- Quem não o evita

- Defenda

- Defenda, defenda

- Aquilo em que acredita, acredita

- Deus…

- Ele sempre ajuda

- Quem não o evita

- Ele vai te ajudar

- Vai sim!

Como fiquei feliz ao ver esse tipo de demonstração teológico-apologética num desenho infantil!

Achei muito positivo transmitir tal mensagem, mostrando aos pequenos a importância de manter a convicção de fé diante de circunstância adversas e defender a fé e os ensinamentos relacionados a fé, outrora aprendidos.

Lembrei-me de imediato do relato mencionado por Judy Salisbury, que nos momentos em que estava com sua filha de apenas 8 anos no carro, ambas desfrutavam do momento ouvindo debates do Dr. Walter Martin (um dos maiores apologistas cristãos contemporâneo) e “Em Defesa de Cristo” de Lee Strobel [1]. E antes que os fideístas de plantão condenem a mamãe Judy, leiam seus motivos na obra conforme mencionado na nota. Judy Salisbury fez o que muitos de nós ainda pecam em não fazer, ela está “Criando um clima apologético no lar”.

Não pretendo chover no molhado, mas fazer como o apóstolo Paulo: repetir as mesmas coisas sem cansar:

“Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor. Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós. (Fp 3.1)”

Amigo leitor, faça como a canção no desenho… defenda sua fé! Defenda aquilo que você aprende na igreja (desde que seja um ensino saudável), aquilo que você aprende na Escola Bíblica (seja dominical ou não). Aprenda a Bíblia, invista em obras teológicas sérias (procure seu pastor e se afaste do liberalismo e relativismo teológico), e se tiver dúvidas sobre um bom livro para comprar e ler, eu sou seu servo em Cristo, e ao seu dispor para ajudar e indicar algo proveitoso e edificante [2].

Minha oração e apelo é que todo cristão se empenhe nesta tarefa. E como sei que no meio do povo de Deus existem aqueles chamados para o trabalho apologético, oro para que se prontifiquem para tal! Professores, obreiros, diáconos, pastores! Somos servos neste trabalho e precisamos agir para enaltecer o Evangelho e promover uma cultura cristã profundamente bíblica.

Isso não é slogan, muito menos receita de sucesso, mas eu apelo fica: seja um influenciador e promova esta cultura em sua congregação. Fará bem para você, para seu irmão e para o Reino de Deus.

Continuemos, pois, a defender a fé entregue aos santos, expondo a razão da esperança que há em nós!


NOTA

[1] SALISBURY, Judy. Criando um clima apologético no lar. In ZACHARIAS, Ravi e GEISLER, Norman. Sua igreja está preparada?. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. p.97



por João Rodrigo Weronka
do NAPEC para o INPR Brasil






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Maria: virgem, santa ou pecadora?

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Maria surgiu na história com uma missão específica: trazer o Messias ao mundo, por meio da concepção. Ela figura não mais como um "canal" ou "meio" pelo qual o Filho veio ao mundo. Sua vida pode ser vista como exemplo de fé e devoção, mas não como um objetivo de culto.

Ao nascer, Maria não se distinguiu de nenhum ser humano; ela foi concebida em pecado e assim permaneceu até a sua morte. Ela não foi e não pode ser considerada divina, ou parte da santíssima Trindade. É Jesus e não Maria quem intercede por nós diante do Pai. Amamos Maria, mas adoramos Jesus. Epifânio, um grande apologista cristão do século IV, fez a seguinte observação:

"Não se deve honrar os santos mais do que é justo, mas deve-se honrar o Senhor dos santos. Maria, de fato, não é Deus nem recebeu seu corpo do céu, mas de uma concepção de um homem e uma mulher. Ela é digna de muita honra mas não foi dada para adoração, antes, adora aquele que nasceu de sua carne. Honre-se Maria, mas adore-se o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ninguém adore Maria".

Sempre virgem?

É um erro pensar que Maria permaneceu virgem por toda a vida, uma vez que o relato de Mateus parece não deixar dúvida.

"E José, despertando do sono, fez como o anjo lhe ordenara e recebeu sua mulher, e não a conheceu até que deu à luz seu Filho, o primogênito..." (Mt. 1.24)

Essa passagem declara que, depois do nascimento de Jesus, José e Maria tiveram uma vida conjugal normal como qualquer outro casal. Mateus é incisivo em dizer que "José não a conheceu até que...", uma vez que tanto a palavra "conheceu" como a preposição "até", possuem um mesmo sentido no texto. Primeiro, sempre que a Bíblia emprega o termo "conheceu", ele está associado a uma relação sexual. É o que encontramos em Gêneses 4.1.

"E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim..".

Segundo, sabemos pelos evangelhos que Maria teve outros filhos além de Jesus.

"Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua Mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs?

Esse texto é enfático em afirmar que Maria teve outros filhos além de Jesus, pondo por terra a teoria católica da virgindade perpétua. É fácil de perceber pelo texto que Mateus se refere mesmo a família de Jesus, porque faz referência aos pais do mestre. Logo, seria de se imaginar que os "irmãos de Jesus" eram mesmo irmãos de carne, e não "primos", como o catolicismo quer provar.

Todos pecaram

Também é um erro pensar que Maria foi concebida sem pecado, uma vez que a Bíblia é taxativa ao dizer: "Em iniquidade foi formado, e em pecado me concebeu minha mãe" (Sl. 51.5). Embora tais palavras tenham sido proferidas por Davi, elas se aplicam a todos os seres humanos. É o que Paulo tinha em mente quando disse: "pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm. 3.23). O pecado trouxe separação entre o homem e Deus, fazendo com que todos nascessem na iniquidade.

Com exceção de Jesus, todos os que vieram após Adão possuem a semente do pecado. Ele faz parte da natureza humana, sendo removido somente pelo sangue de Jesus. Mesmo assim, para ser redimido, o homem precisa ter um encontro com Deus. A salvação é recebida de graça, mediante a fé em Cristo. Isto é, ela resulta da graça de Deus (Jo. 1.16) e da resposta humana da fé (At. 16.31). Maria, como qualquer outra pessoa, não poderia fugir à regra. Ela não poderia alcançar a salvação por si só - ela necessitava da graça de Deus (Lc. 1.29).



por Johnny T. Bernardo
do INPR Brasil










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